Por onde anda a poesia?

15:15


Acho que foi ontem
A última vez que tentei escrever e não consegui
Como nas outras tantas tentativas vãs que se perderam no ar
O vinho acabou, o cigarro também
Mas a poesia não
Ela grita em meu peito como cavalos de guerra.
Ora, mas se a poesia ainda não morreu
Onde se escondem as palavras?
“Boa pergunta”, vão dizer
E mesmo assim não saberei responder.
Vou vestir cada letra, tal a qual
Como criança sendo alfabetizada
Se emoldurando em rimas novas e, em sua maioria, bobas
Como outrora escrevi para meus amantes
Para a lua, e para o mar.
Vou contar nas entrelinhas minhas não findas paixões
Vícios e pecados
Como o leigo aos pés da cruz implorando o perdão do pai
“Piedade”, vão dizer
E mesmo assim vou vacilar.
Vou poetizar o céu, as águas, seu olhar
E como, em outra vida
Você foi a bala que me matou na guerra.
Vou escrever
Pela pura vaidade de me construir em cada verso
Pelo puro prazer de desconstruir meus inversos
Pela pura beleza de falar de você



















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